O Grupo Alegria, coordenado por um médico do Centro de Saúde Pompeia (rua Leopoldo Gomes, 440), região Leste de Belo Horizonte caiu no gosto dos usuários. Religiosamente, todas as terças-feiras, a partir das 8h da manhã, os encontros são realizados em um salão do centro de saúde. O ponto de partida é uma oração, quando de mãos dadas, eles agradecem e se enchem de muita disposição. O corpo não para durante as duas horas de atividade. Alongamentos, yoga, dança, música, meditação e muita conversa para espantar a tristeza ou qualquer problema que esteja afligindo o coração.
A professora de yoga, Célia Diniz, hoje é uma das coordenadoras do grupo. Há 15 anos, ela participa dos encontros. Sua história com o Centro de Saúde Pompeia começou bem antes. As visitas à unidade eram motivadas pelas crises hipertensivas do marido. Com o tempo, a curiosidade da Célia em conhecer as reuniões foi aumentando e ela decidiu unir o útil ao muito agradável. “Comecei como participante, mas queria ajudar a fortalecer o grupo. Fiz cursos de massoterapia, yoga para idosos. Hoje sei que recebo muito mais do que doo. Somos uma grande família”, contou.
Dos 35 participantes, que têm de 50 a 90 anos, apenas 2 são homens e estão acompanhados pelas esposas. É o caso de seu José Barbosa, de 88 anos, e dona Orlinda, de 86. Perto de completar 60 anos de casamento, eles fazem os exercícios juntinhos e não poupam elogios um ao outro. Para eles, a sensação após as aulas é de leveza. “A gente sai daqui pronto para enfrentar qualquer problema. A alegria é um santo remédio”, contou aos risos seu José Barbosa.
Os consultórios do Centro de Saúde Pompeia são a prova da eficácia dessa injeção de ânimo. As reuniões semanais podem contar com a participação de convidados como fisioterapeuta, enfermeiro ou nutricionista da unidade. Mas, o que os idosos gostam mesmo é da liberdade para propor os exercícios e das rodas de conversa. Segundo a gerente da unidade, Solange Azevedo, raramente os integrantes do Grupo Alegria se queixam de dores ou marcam consultas. “Estão sempre bem-humorados, dispostos e cheio de ‘causos’ para contar. E o mais importante: são mobilizadores e incentivadores da comunidade. Toda ação nossa tem o apoio deles. É uma alegria só”, contou Solange.
Dona Isabel Inácio, de 89 anos, sente os benefícios dessa dose extra de saúde. Desde que começou a frequentar o grupo conseguiu controlar a pressão alta. “Quando a gente fica dentro de casa, só pensa em problema, em desgosto. Aqui, é um momento para a gente recarregar as baterias e enfrentar a vida”, revelou.
Durante o encontro do Grupo Alegria, muitos tiram fotos das aulas, fazem selfies com os companheiros e postam tudo nas redes sociais. “A minha semana perde até o sentido quando eu não posso vir”, contou a participante mais antiga do grupo, Maria Geralda da Cruz.