Instituto Defesa Coletiva lançaou no último dia 28 de novembro, em Belo Horizonte, o documentário “Covardia Capital”, vencedor da categoria júri popular do Festival Internacional de Cinema de Trancoso. O objetivo do filme é conscientizar a população, principalmente idosa, quanto ao crédito imediato e consequências do endividamento.
O filme retrata as histórias do Senhor Vicente e da Dona Marlene, casados há 43 anos, e de outros idosos que tiveram os valores da aposentadoria comprometidos com o pagamento de juros abusivos aos bancos.
Dona Marlene e Senhor Vicente contam, no documentário, que contraíram empréstimos sem a certeza do que estavam fazendo e do impacto financeiro causado por essas operações. De acordo com os idosos, uma funcionária do banco solicitou que digitassem a senha dizendo que a presidência da república disponibilizou uma quantia em dinheiro a eles.
Para a presidente do Instituto Defesa Coletiva, Lillian Salgado, o superendividamento dos idosos coincidiu após a edição da lei 10.953, que permite que os bancos detenham o salário do trabalhador, proventos e aposentadorias, que antes eram protegidos pela Constituição.
Lillian Salgado enfatiza que as instituições financeiras só podem comprometer 35% da renda do idoso por meio do consignado, mas que oferecem outras modalidades como cheque especial e empréstimo na conta corrente. “Consumidores de baixa renda não tem condições e discernimento para leitura de um extrato, para entender o que é custo efetivo total, juro mensal e de mora. Muitas vezes, ele contrata empréstimo sem necessidade”, aponta.
O documentário foi produzido com recursos provenientes de uma ação coletiva de consumo contra um banco e contou com apoio institucional da Defensoria Pública de Minas Gerais e do Procon-BH.