Palestra será no dia 1º de outubro, às 14h30, na sede da AMMG.
Ao longo dos últimos 50 anos, a população brasileira quase triplicou: passou de 70 milhões, em 1960, para 190,7 milhões, em 2010. De acordo com o último senso demográfico divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento do número de idosos, no entanto, foi ainda maior. Em 1960, 3,3 milhões de brasileiros tinham 60 anos ou mais e representavam 4,7% da população. Em 2000, 14,5 milhões, ou 8,5% dos brasileiros, estavam nessa faixa etária. Na última década, o salto foi grande, e em 2010 a representação passou para 10,8% da população (20,5 milhões).
Segundo pesquisadores, o envelhecimento da população é uma tendência e grande parte dos países desenvolvidos já chegou nessa etapa. Dentre alguns fatores que contribuem para esse cenário estão: o maior desenvolvimento social, o aumento da expectativa de vida – fruto do avanço da medicina, de melhorias nas condições de saneamento nas cidades e da diminuição da taxa de fecundidade.
Para chamar a atenção sobre esse tema e a importância de propiciar um envelhecimento saudável e com qualidade de vida, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia – Regional Minas Gerais (SBGG-MG) realiza, no dia 1º de outubro (segunda-feira), às 14h30, na sede da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), uma palestra gratuita sobre ‘‘Memória e Envelhecimento Ativo’, com o presidente da SBGG-MG, Rodrigo Santos e o terapeuta ocupacional, Adnaldo Paulo Cardoso, sobre ‘Estimulando a memória’. Ainda serão realizadas atividades práticas e ao final do encontro, um bate papo com diversos profissionais da área de saúde para sanar as principais dúvidas dos participantes.
Minas Gerais está envelhecendo. Conforme dados do censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o crescimento da população idosa na última década foi de 42%. O número de idosos no estado já ultrapassa 2,3 milhões de habitantes. Proporcionalmente, eles são responsáveis por 11,8% da população mineira. No Censo 2000, eles representavam 9,1%. Ainda segundo dados divulgados pelo IBGE, em 78 municípios brasileiros as pessoas com mais de 60 anos representam 20% da população total. Em 2050, o quadro mudará e, para cada 100 crianças de 0 a 14 anos, existirão 172, 7 idosos, segundo o IBGE.
Para o presidente da SBGG-MG, o geriatra Rodrigo Santos, o aumento na expectativa de vida do brasileiro é positivo, mas deve ser observada a maneira como as pessoas estão envelhecendo. “Todos iremos envelhecer, mas esse processo pode ser saudável ou não. Por isso, precisamos tanto enfatizar as medidas preventivas e o controle adequado das doenças. Uma das nossas grandes preocupações, por exemplo, é em relação aos problemas relacionados à memória e o que pode e o que não sinalizar doenças mais sérias”, conclui o geriatra.
Duas das razões para a elevação do número de pessoas mais velhas, para o IBGE, são os avanços na medicina e a melhora na qualidade de vida das pessoas. Santos lembra ainda que, a grande angústia da questão do envelhecimento gira também em torno dos familiares. “Muitos temem não conseguir administrar as limitações geradas pelo envelhecer e enfrentam grandes dificuldades em lidar com pais e parentes próximos que acabam, em determinado momento, dependendo de cuidados maiores”, pontua o médico.
O Dia Nacional do Idoso foi criado em 1999 pelo Senado Federal e serve para refletir a respeito da situação do idoso no País, seus direitos e dificuldades.