1º de outubro: Dia Internacional do Idoso

O envelhecimento populacional e o novo olhar sobre a velhice no Brasil

“Os números mostram que esta nova realidade do perfil populacional não só bate à porta, mas a escancara”, avalia o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) 

O envelhecimento da população avança a passos largos no Brasil e nos demais países do mundo. Em 1º de outubro – o Dia Internacional do Idoso, a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) chama a atenção para a forma como a população vê o idoso e, também, quanto às fragilidades que ainda existem no que cabe a assistência à saúde do idoso.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), João Bastos Freire Neto ainda é preciso se preparar para o envelhecimento populacional em suas diversas esferas – saúde, social, educação, econômica. Dados do IBGE apontam que a população idosa no Brasil já alcança 22,9 milhões (11,34% da população) e a estimativa é de que nos próximos 20 anos esse número mais que triplique. “Os números mostram que esta nova realidade do perfil populacional não só bate à porta, mas a escancara. É preciso estabelecer novas diretrizes para atender às demandas da velhice”, avalia Freire Neto.

Em contrapartida, enquanto o número aumenta ano a ano, existem apenas 1000 geriatras no Brasil, uma média de apenas um geriatra para cada 20 mil idosos, conforme dados recentes do Conselho Federal de Medicina (CFM). Hoje, pessoas com mais de 40 anos já são 75,7 milhões, contra 62,3 milhões de crianças e adolescentes.

Saúde

Apesar de a Política Nacional do Idoso assegurar, em seu art. 2º, direitos que garantem oportunidades para a preservação de sua saúde física e mental, bem como seu aperfeiçoamento moral, intelectual, espiritual e social em condições de liberdade e dignidade, a realidade é outra. “Os direitos e necessidades dos idosos ainda não são plenamente atendidos. No que diz respeito à saúde do idoso, o Sistema Único de Saúde (SUS) ainda não está adequado para amparar esta população”, relata o geriatra e presidente da SBGG.

Já as unidades de atenção básica, “porta de entrada” do idoso no sistema, ainda tem muito a melhorar. Os profissionais da saúde têm olhar fragmentado do idoso e não foram capacitados para atendê-lo de maneira integral. Também há deficiência na quantidade de profissionais, na estrutura física e na rede de exames complementares para atender à necessidade de saúde dos idosos, gerando demora acentuada no atendimento, o que acaba levando a piora do quadro clínico.

Freire Neto explica ainda que os mais velhos acabam sendo levados para as emergências/urgências (Unidades de Pronto Atendimento) e, consequentemente, em situação mais grave e já com indicação de internação hospitalar. Quadro que poderia ser evitado, caso houvesse o atendimento adequado no momento correto.

Carta Aberta à População

Recentemente a SBGG emitiu Carta Aberta à População Brasileira, na qual traz à reflexão quanto ao cenário atual do envelhecimento e saúde do idoso no país, seus avanços e fragilidades. Confira no site da Sociedade – acesse aqui